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Nesta segunda-feira (17), o Japão suspendeu compras de carne de frango proveniente de Santa Catarina após registro de gripe aviária em 4 aves de subsistência, de fundo de quintal, no município de Maracajá, no sul do estado.
Na propriedade, haviam animais como galinhas de angola, patos, marrecos e codornas. No total, 177 aves foram sacrificadas, conforme prevê a legislação.
Agentes sanitários seguem na região intensificando ações de controle e visitando propriedades.
Não é a primeira vez que o Japão suspende temporariamente as importações.
Em 28 de junho, o país asiático impôs um embargo devido à detecção do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP – H1N5) em uma criação de subsistência no município de Serra, no Espírito Santo.
A decisão das autoridades japonesas não está alinhada com os protocolos da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que sugere a suspensão do comércio apenas em casos registrados em produção comercial.
O Código de Saúde de Animais Terrestres da OMSA estabelece que os países-membros não devem suspender o comércio no caso de notificações de gripe aviária que não envolvam aves de produção industrial.
O Ministério da Agricultura brasileiro questionou as autoridades japonesas sobre a suspensão, argumentando que a ocorrência da gripe aviária em aves de subsistência não altera o status do Brasil como um país livre da doença.
Santa Catarina é o segundo maior exportador de frango do Brasil.
No primeiro semestre, o estado exportou 545,5 mil toneladas da proteína.
Os embarques mensais de carne de frango de Santa Catarina para o Japão representam menos de 3% do total exportado pelo Brasil.
Entidades protestam
A medida preocupa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne-SC), que lamentaram a suspensão. Confira a nota completa:
“A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne – SC) lamentam a decisão das autoridades sanitárias do Japão em suspender temporariamente as importações de carne de frango produzidas e exportadas pelo Estado de Santa Catarina.
A decisão ocorreu após registro de foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em ave de fundo de quintal, situação que, conforme recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), não altera o status do Brasil como livre de Influenza Aviária. Cabe lembrar que o Brasil não possui qualquer registro de IAAP na produção industrial – esta é a única situação que poderia gerar alteração no status brasileiro.
Atualmente, os embarques mensais de carne de frango de plantas catarinenses para o Japão representam menos de 3% do total exportado pelo Brasil. A ABPA, a ACAV e Sindicarne – SC esperam que parte do impacto da suspensão imposta seja absorvida por outras unidades frigoríficas também habilitadas a exportar, localizadas em outros estados – diminuindo, assim, os efeitos negativos para as exportações brasileiras e aos consumidores japoneses.
Ao mesmo tempo, as associações estão apoiando o trabalho realizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, juntamente com a Secretaria de Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina no monitoramento do caso de Influenza Aviária em ave de fundo de quintal registrado no estado.
A ABPA, a ACAV e o Sindicarne-SC lembram que não há qualquer risco no consumo dos produtos, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO-ONU) e todos os órgãos internacionais de saúde humana e animal. Ao mesmo tempo, as entidades do setor informam que todos os protocolos de biosseguridade seguem elevados.
Por fim, as associações reforçam o reconhecimento de toda a cadeia produtiva ao trabalho de excelência liderado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil e a Secretaria de Agricultura catarinense, juntamente com as Secretarias de outros estados brasileiros, em total dedicação, eficiência e transparência no trabalho de monitoramento à Influenza Aviária do Brasil”.