Pelo quinto mês consecutivo, o preço do leite captado em março fechou em alta, de 4,1%, chegando a R$ 2,3290/litro na “Média Brasil” do Cepea. Com esse resultado, o preço ao produtor acumulou alta real de 12,9% no primeiro trimestre (os valores foram deflacionados pelo IPCA de março). A valorização, por sua vez, se deve à redução da oferta no campo, a qual, inclusive, deve continuar sustentando os preços. De acordo com pesquisas ainda em andamento do Cepea, em abril, os valores do leite podem subir em torno de 5%, considerando-se a Média Brasil.
Chuvas no RS prejudicam setor lácteo e podem alterar sazonalidade de preços
O setor lácteo brasileiro também tem sentido os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul. Segundo colaboradores consultados pelo Cepea nesta terça-feira, 7, com áreas afetadas em todo o estado e estradas/rodovias interrompidas, a circulação de insumos, do leite cru e dos lácteos vem sendo prejudicada. Além disso, a falta de energia elétrica e de água assolam diversas regiões, refletindo em toda cadeia produtiva. Pesquisadores do Cepea alertam, ainda, que o comportamento sazonal dos preços ao produtor pode ser alterado.
Menor demanda enfraquece sequência de altas
O movimento de alta dos preços dos derivados lácteos, que vinha sendo observado há três meses consecutivos, perdeu força em abril. A pressão dos canais de distribuição, que alegam enfraquecimento da demanda, dificultou o repasse dos aumentos da matéria-prima para este segmento.
Importações voltam a subir; exportações caem expressivos 60%
Após três meses seguidos de queda, as importações brasileiras de derivados lácteos voltaram a avançar em abril (+9,3% frente a março). As exportações, por sua vez, caíram 60% no mesmo comparativo, o que elevou o déficit da balança comercial. Em volume, o déficit se ampliou em 15,7%, chegando a aproximadamente 189,8 milhões de litros em equivalente leite. Isso resultou em um saldo negativo de US$ 84,7 milhões.
Queda dos principais insumos e valorização do leite favorecem margem do produtor
O 2º trimestre de 2024 iniciou com o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira em queda. Em abril, houve recuo de 1,88% na “média Brasil” (bacias de BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), segundo pesquisas do Cepea. Os custos menores somados à alta no preço do leite pago ao produtor resultaram em alta de 31% na margem bruta (o equivalente a 12 centavos por litro de leite), considerando-se a “média Brasil”, de março para abril, conforme cálculos do Cepea em parceria com a CNA, tomando-se como base propriedades típicas amostradas no projeto Campo Futuro.