ndio da tribo Tanaru vive isolado há 22 anos. (Foto: Reprodução/Funai)
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou de forma cautelar a preservação da Terra Indígena (TI) Tanaru, a área onde vivia um único indígena isolado conhecido como “Índio do Buraco”, em Rondônia. Ele foi encontrado morto há cerca de três meses e era o último sobrevivente de seu povo.
O “índio do buraco” viveu sozinho por quase 30 anos, depois que os últimos membros de seu povo, de etnia desconhecida, foram mortos em 1995. A TI Tanaru passou a ser protegida por portarias de restrições de uso ao longo dos anos, em razão da sua presença no local.
Desde a morte do indígena, confirmada no dia 27 de agosto, organizações de defesa dos indígenas se preocuparam com o futuro da TI. Na decisão monocrática, Fachin ordenou que a Fundação Nacional do Índio (Funai) informe qual a destinação deve ser dada ao território.
Também foi ordenado que a União apresente informações detalhadas sobre o indígena e os documentos comprobatórios da perícia para comprovar o resultado da autópsia.
O corpo do “Índio do Buraco” foi sepultado somente após uma decisão judicial no índio do mês, quase três meses após o seu falecimento. O sepultamento seguiu os costumes e ritos dos povos da região, dentro da palhoça onde ele foi encontrado morto.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o indígena “foi vítima das mais graves violações de direitos pelas quais um ser humano pode passar”. Isso porque o seu povo foi extinto “em decorrência de genocídio, nunca apurado”, em um cenário de violência e graves violações de direitos.