(Foto: Divulgação/PF)
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (08/11/2022), a Operação Fake Hopes, cujo objetivo é desarticular um grupo criminoso dedicado ao contrabando de migrantes de Rondônia para os Estados Unidos da América (EUA).
Cerca de 30 policiais federais cumprem mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Ji-Paraná/RO contra 06 alvos, sediados em Ji-Paraná/RO, Ouro Preto do Oeste/RO, Vale do Paraíso/RO e Porto Velho/RO.
As investigações tiveram início em maio do corrente ano a partir da prisão em flagrante de uma rondoniense que apresentou documento falso na Delegacia de Polícia Federal em Ji-Paraná/RO, com o objetivo de expedir passaporte de seu filho e, sem autorização do outro genitor do menor, migrar com ele ilegalmente para os EUA, valendo-se dos serviços dos denominados “coiotes”.
Instaurado o Inquérito Policial, as diligências investigativas apontaram a materialidade, a autoria e as circunstâncias, não só em torno da falsificação do documento apresentado, como também dos responsáveis pela promoção de migração ilegal almejada, sendo apurados vínculos de uma empresa do ramo de turismo sediada em Ji-Paraná/RO com diversas pessoas que viajaram para o exterior e não constam com retorno ao Brasil registrado nos sistemas.
A partir de análise de dados oriundos de cooperação policial com a Homeland Security Investigations (HSI), Agência de Investigações de Segurança Interna dos EUA, foi possível estabelecer relação entre a mesma empresa investigada e aproximadamente 150 (cento e cinquenta) brasileiros (todos com último domicílio declarado em Rondônia) que foram detidos ao tentarem ingressar ilegalmente em solo estadunidense através da fronteira com o México, principalmente nas cidades de Yuma (Arizona), San Diego (Califórnia) e El Paso (Texas).
A viabilização da entrada ilegal de brasileiros em país estrangeiro visava a obtenção de vantagem econômica, sendo identificado no decorrer da apuração que alguns dos alvos detêm, inclusive mediante ocultação de propriedade em nome de terceiros, patrimônio totalmente incompatível com os rendimentos lícitos registrados, possivelmente resultante dos altos valores pagos aos criminosos responsáveis pela logística de entrada de brasileiros no exterior.
Os investigados poderão responder, na medida de suas participações, pelos crimes de associação criminosa e promoção de migração ilegal, além de delitos de lavagem de capitais e de falsidade documental, cujas penas somadas podem chegar a 24 (vinte e quatro) anos de prisão, sem prejuízo de outros delitos porventura identificados a partir do cumprimento das medidas cautelares.
O nome da operação é uma referência às falsas esperanças geradas pelos criminosos naqueles que se aventuram pelos campos da migração ilegal, muitos dos quais expostos a diversos riscos à integridade física e psíquica durante a travessia e a permanência ilegal em solo estrangeiro.