Com o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre de 2022, o país melhorou a posição entre 32 economias, indo para 9° lugar, segundo ranking compilado pela agência de classificação de risco Austin Rating. No fim do ano passado, a economia brasileira ficou em 26º lugar no levantamento.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou nesta quinta-feira que a economia brasileira cresceu 1% de janeiro a março em relação aos últimos três meses de 2021. Na comparação anual, a alta foi de 1,7%. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país num determinado período.
Esse resultado colocou o Brasil à frente de países como Reino Unido, que teve alta de 0,8% no PIB do primeiro trimestre de 2022 ante o quarto trimestre de 2021; Coreia do Sul (0,8%), Suíça (0,5%), Alemanha (0,2%), França (-0,1%) e Japão (-0,3%) e Estados Unidos (-1,4%).
Além desses últimos países, também integram a lista de dez países com resultados negativos na margem trimestral a Itália (-0,2%), Israel (-0,4%), Suécia (-0,4%), Chile (-0,8%) e Noruega (-0,9%).
A liderança do ranking foi ocupada pelo Peru, que cresceu 2,0% ante trimestre anterior e 3,8% na comparação interanual, ou seja, na comparação com o primeiro trimestre de 2021. Em seguida, surge Filipinas (1,9% e 8,3%), Canadá (1,6% e 3,3%) e Taiwan (1,6% e 3,1%).
Os Estados Unidos ficaram apenas em 28º lugar, com recuo de 1,4% no PIB do primeiro trimestre desse ano ante o quarto trimestre de 2021, mas alta de 3,6% na comparação interanual. A China ficou em 5º lugar com alta de 1,3% na margem trimestral e 4,8% interanual.
A Rússia é a última colocada, em 32º lugar, sem ter informado a variação do PIB no primeiro trimestre de 2022, mas com avanço de 3,5% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Também sem ter informado o comportamento do PIB nos primeiros três meses do ano estão Arábia Saudita e Índia, que antecedem a Rússia por terem avançado 9,6% e 4,1% respectivamente na comparação com igual trimestre de 2021.
Ajuda de serviços
O setor de serviços foi o principal responsável pelo crescimento da economia brasileira no primeiro trimestre, já que representam 70% do PIB do país, com destaque para serviços prestados às famílias, como alojamento e alimentação.
“Muitas dessas atividades são presenciais e tiveram demanda reprimida durante a pandemia”, explica a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis, em nota.
O resultado do trimestre é o terceiro positivo, após recuo de 0,2% no segundo trimestre de 2021, e fica 1,6% acima do patamar do quarto trimestre de 2019, período anterior à pandemia do coronavírus. O número fica 1,7% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica do país, registrado no primeiro trimestre de 2014, ressalta o IBGE.
No quarto trimestre, o PIB teve avanço de 0,5%. Já em 2021, o indicador mostrou avanço de 4,6% após um tombo de 4,1% em 2020.
Vale ressaltar que, apesar do resultado positivo no primeiro período do ano, a expectativa de especialistas é que a atividade econômica siga mostrando desaceleração diante do quadro global de inflação pressionada e juros em alta.
Como desafio extra, o Brasil ainda conta com a deterioração das condições financeiras domésticas, como cita o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre) em nota.
Dados do 3º e 4º trimestre de 2021 são revisados
O IBGE revisou o dado do quarto trimestre para cima, passando a ver expansão de 0,7% em vez da taxa de 0,5% informada anteriormente. O dado do terceiro trimestre também melhorou, passando a um leve crescimento de 0,1%, contra recuo de 0,1% divulgado previamente.
Com as revisões, o quadro deixa de ser visto como recessão técnica, caracterizada por dois trimestres seguidos de queda no PIB.
O IBGE ainda passou a calcular alta de 1,1% no primeiro trimestre e queda de 0,2% no segundo, contra respectivamente avanço de 1,4% e retração de 0,3% das divulgações anteriores.
Apesar das revisões, o IBGE manteve o cálculo de que o PIB brasileiro cresceu 4,6% em 2021.