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Por que crise em Essequibo: ressuscita temor do Brasil sobre presença militar dos EUA na Amazônia

O Comando Sul das Forças Armadas norte-americanas anunciou que vai realizar exercícios militares em parceria com as Forças de Defesa da Guiana

Publicada em 14/12/23 as 16:47h por BBC - 69 visualizações

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 (Foto: GETTY IMAGENS)
A crise em torno da região de Essequibo, disputada pela Venezuela e pela Guiana, parece ter reacendido um antigo temor comum à direita e à esquerda no Brasil: a presença de tropas norte-americanas em plena floresta amazônica.

A preocupação ganhou novo impulso nesta quinta-feira (07/12) depois que o Comando Sul das Forças Armadas norte-americanas anunciou que irá realizar exercícios militares em parceria com as Forças de Defesa da Guiana.

No Brasil, o principal assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos internacionais, o embaixador Celso Amorim, disse que seu principal temor com a escalada da crise entre Guiana e Venezuela é que ela sirva de pretexto para a presença de militares estrangeiros na Amazônia.

"O que eu temo mais, pra falar a verdade, é que você crie precedentes até para ter bases e tropas estrangeiras na região. Não estamos falando de uma região qualquer. Estamos falando da Amazônia, que é sempre objeto de muita preocupação de nossa parte. Essa é a nossa preocupação maior", disse Celso Amorim em entrevista ao Canal Meio.

Exercícios militares envolvendo norte-americanos na Amazônia não são novidade. Em novembro deste ano, por exemplo, 294 militares do país desembarcaram no Brasil para um treinamento na selva amazônica. A diferença, agora, é que os norte-americanos chegarão à Guiana em meio a uma crise geopolítica entre o país e a Venezuela.

Os dois países disputam há mais de um século Essequibo, uma área de mais de 160 mil km² (pouco maior que o Estado do Ceará) rica em minérios como ouro e diamante, além de petróleo. Nos últimos meses, as tensões aumentaram depois que a Venezuela realizou um referendo sobre a criação de um novo Estado na área em disputa. Essequibo corresponde a 70% do território da Guiana.


A Corte Internacional de Justiça (CIJ), provocada pelo governo guianense, emitiu uma sentença determinando que a Venezuela não poderia tomar medidas para incorporar Essequibo ao seu território. O regime de Nicolás Maduro, no entanto, anunciou não reconhecer a legitimidade da Corte para resolver a disputa.

A preocupação de que a Amazônia seja alvo da atuação de tropas estrangeiras é antiga. Desde o processo de colonização, fortificações portuguesas foram erguidas em diversos pontos da região para evitar o avanço de invasores.


Mais recentemente, essa preocupação se transformou em um dos elementos que une militantes tanto da esquerda quanto da direita brasileira. O principal temor se dá pelo tamanho do poderio bélico norte-americano.


De acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês), em 2022, os Estados Unidos foram responsáveis pelo maior gasto militar do mundo, com U$$ 877 bilhões, o equivalente a 39% de todas as despesas militares no planeta.


Durante a ditadura militar (1964-1985), por exemplo, o temor de que a região pudesse ser alvo de algum tipo de intervenção estrangeira foi usado como principal motivo para a criação de projetos de ocupação dali entre os anos 1960 e 1980.


Também foi nesta época que as Forças Armadas brasileiras reforçaram e criaram instalações militares em pontos da fronteira norte do país.


O slogan usado pelo regime, na época, era "integrar para não entregar".


O medo era de que a suposta cobiça internacional pela região pudesse levar a ações de ocupação estrangeira. A Amazônia é responsável por 45% de toda água doce do planeta, além de abrigar a maior floresta tropical do planeta. É uma área rica em biodiversidade e minerais e metais preciosos.


Na época, a preocupação dos militares era tanto com uma possível ocupação da região por alguma superpotência quanto com a ação de grupos contrários ao regime, como a Guerrilha do Araguaia.


Entre 1972 e 1974, um grupo de militantes de esquerda se instalou no interior do Pará com o objetivo de organizar uma guerrilha rural para derrubar a ditadura. O grupo foi derrotado por tropas do Exército.




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