Floresta atingida pelo fogo em Porto Velho, Rondônia, em 2022 (Foto: Christian Braga/Greenpeace)
A devastação da floresta amazônica triplicou em março e fez o primeiro trimestre de 2023 fechar com a segunda maior área desmatada em pelo menos 16 anos. Segundo o monitoramento por imagens de satélite do Imazon, implantado em 2008, foram derrubados 867 km² nos três primeiros meses deste ano. Área que equivale a perda de quase mil campos de futebol por dia de mata nativa. Essa destruição só não foi maior do que a registrada em 2021, quando foram postos abaixo 1.185 km² de floresta de janeiro a março.
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Cenário que mostra o quanto é preciso adotar com urgência ações de proteção aos territórios mais pressionados. Em março, oito dos nove estados que compõem a Amazônia Legal apresentaram aumento no desmatamento, com exceção do Amapá. Com isso, 42% do desmatamento previsto pela plataforma PrevisIA para o período de agosto de 2022 a junho de 2023, de 11.805 km², já ocorreu.
“Os governos federal e dos estados precisam agir em conjunto para evitar que a devastação siga avançando, principalmente em áreas protegidas e florestas públicas não destinadas. Há casos graves como o da unidade de conservação APA Triunfo do Xingu, no Pará, que perdeu uma área de floresta equivalente a 500 campos de futebol apenas em março. Será preciso também não deixar impune os casos de desmatamentos ilegais e apropriação de terras públicas”, alerta o pesquisador Carlos Souza Jr., do Imazon.
Rondônia perdeu seis vezes mais floresta
Embora tenha sido o quinto estado que mais desmatou a Amazônia, Rondônia teve o segundo maior aumento na destruição. A derrubada passou de 4 km² em março de 2022 para 22 km² em março de 2023, uma alta de 450%. Ou seja, quase seis vezes mais.
O estado foi destaque negativo em relação às unidades de conservação, tendo quatro das 10 com as maiores áreas devastadas na Amazônia. Ocupando a terceira, a quarta e a quinta colocação estão a Resex Jaci Paraná (2 km²), a Resex Rio Preto-Jacundá (1 km²) e o PES de Guajará-Mirim (0,4 km²). Essa última se trata de uma unidade de conservação de proteção integral e já passou por uma tentativa de redução do seu limite territorial em 2021. Em sétimo ficou a Resex Angelim (0,3 km²). Somados, esses quatro territórios perderam 370 campos de futebol de floresta em março.