“No Dia da Independência, e na mesma semana em que se comemora o Dia da Amazônia, os números referentes à queimadas e incêndios florestais só reforçam que estamos repetindo a mesma dinâmica predatória de 200 anos atrás, propagando uma economia da destruição que ainda se alimenta fortemente de recursos naturais ao passo que não traz o tão almejado desenvolvimento real para a Amazônia.”, declarou Cristiane Mazzetti, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil.
Em agosto, a Amazônia teve o pior agosto de queimadas dos últimos 12 anos. Foi o quarto ano consecutivo de números acima de 28 mil. O número foi tão alto que, segundo o programa de monitoramento ambiental Copernicus, da União Europeia, afetou “seriamente” a qualidade do ar na América do Sul.
Fumaça cobre milhões de km²
A “nuvem” de fumaça provocada pelas queimadas se espalha pelo Brasil há dias, atingindo países vizinhos. Uma imagem do satélite geoestacionário Goes-16 mostrou, na segunda-feira (5), a dispersão do rastro de fumaça atingindo o Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Mato Grosso e Pará. Na quarta-feira (7), a fumaça atingiu São Paulo, Paraná e Bolívia.
Em apenas quatro dias, as queimadas no Pará superaram a marca de setembro de 2021. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), desde primeiro de janeiro até 7 de setembro, os satélites registraram 20.693 pontos de fogo na floresta.
Em Rio Branco, no Acre, a poluição do ar na quarta-feira atingiu níveis 13 vezes a mais que o recomendado pela Organização Mundial da saúde (OMS).