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De acordo com registros do Mapeamento Nacional dos Conflitos pela Terra e Moradia, da Campanha Despejo Zero, são 13.806 famílias de Rondônia sob risco de despejo. Dessas, 8814 estão localizadas na capital, Porto Velho, 1.045 em Vilhena e o restante divididos em outros 16 municípios do estado. Rondônia contabiliza ao todo 69 conflitos mapeados, sendo a Ocupação Monte Sinai, localizada em Porto Velho, o maior deles, com 3.000 famílias ameaçadas de despejo. Todos esses números, entretanto, podem estar subnotificados. O site realiza atualização constante no número de famílias atingidas em conflitos por todo o país. Os dados mencionados são referentes ao dia 14 de fevereiro.
No Brasil, esse cenário não é diferente. Ao todo, são 950.848 pessoas atingidas. Dessas, 627.560 (66%) são negras e 570.509 são mulheres (60%), além de 162.595 crianças e 159.742 pessoas idosas.
"O despejo é devastador para as famílias, especialmente para mulheres, crianças e pessoas idosas. Desde o momento da ameaça, quando acontece o medo de ser despejado, além do trauma de um despejo violento, até às violações de direito enfrentadas por não ter onde morar.
A moradia é porta de entrada para uma série de direitos básicos. Sem teto e sem comprovante de residência, as crianças não conseguem ter acesso à escola e aos serviços de saúde e lazer, enquanto as pessoas idosas sofrem por questões identitárias e pelos laços afetivos criados com o território", disse Raquel Ludermir, coordenadora de Incidência Política da Habitat para a Humanidade Brasil.
De acordo com o levantamento, o estado com maior número de famílias nessa situação é São Paulo (63.781), seguido por Amazonas (29.672) e Pernambuco (21.552). Rondônia vem logo na sequência.
Além das famílias ameaçadas de despejo, o levantamento mostra também que o país tem mais de 1115 conflitos envolvendo disputas por terra e moradia.
Desde junho de 2020, quando a campanha Despejo Zero foi lançada, identificou-se pelo menos 36.566 grupos familiares que foram vítimas de despejo.