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Em Rondônia, de cada 100 crianças e adolescentes, 93 vivem na pobreza, em suas múltiplas dimensões: renda, educação, trabalho infantil, moradia, água, saneamento e informação. Os dados são da pesquisa "As Múltiplas Dimensões da Pobreza na Infância e na Adolescência no Brasil", divulgada nesta terça-feira (14), pela UNICEF.
A pobreza na infância e na adolescência vai além da renda. Estar fora da escola, viver em moradias precárias, não ter acesso a água e saneamento, não ter uma alimentação adequada, estar em trabalho infantil e não ter acesso à informação são privações que fazem com que crianças e adolescentes estejam na pobreza multidimensional.
Em Rondônia, o estudo indica a falta de acesso a saneamento básico como a dimensão que mais afeta crianças e adolescentes, impactando 88,4% de meninas e meninos, seguida pela privação de renda (31,9%) e acesso à informação (9,9%). Em seguida vem privação de educação (8,1%), acesso à moradia (8%), trabalho infantil (6,8%) e água (6%). No total, 93,2% das meninas e meninos do estado são afetados por uma ou mais de uma dimensão da pobreza multidimensional.
Desigualdade regional
A pobreza multidimensional impactou mais quem já vivia em situação mais vulnerável, como: negros e indígenas, e moradores das regiões Norte e Nordeste, agravando as desigualdades no País. Entre crianças e adolescentes negros e indígenas, 72,5% estavam na pobreza multidimensional em 2019, versus 49,2% de brancos e amarelos. Entre os estados, seis tinham mais de 90% de crianças e adolescentes em pobreza multidimensional, todos no Norte e Nordeste.
Com os dados, é necessário um alerta de urgência para priorizar políticas públicas com recursos suficientes voltadas a crianças e adolescentes no País, levando em consideração os desafios de cada região e estado.