Autora de três dos quatro gols que garantiram a vitória da Seleção Brasileira na partida de estreia contra o time do Panamá, nesta segunda-feira, 24 de julho, Ary Borges já deixou seu nome marcado no coração dos brasileiros nesta Copa do Mundo Feminina, em Adelaide, na Austrália.
Com esse saldo, Ary Borges se torna agora a quarta brasileira a marcar três gols em uma partida de Copa. Antes dela, apenas Cristiane (Brasil 3×0 Jamaica, em 2019), Pretinha e Sissi (Brasil 7×1 México, em 1999) fizeram o mesmo.
No primeiro gol, a meio-campista aproveitou cruzamento de Debinha aos 18 minutos do primeiro tempo e acertou cabeçada certeira, para delírio da técnica Pia Sundhage.
Teve emoção, choro ajoelhado no gramado e dancinha com Kerolin com um significado especial: tratava-se de uma homenagem a Marta. A coreografia foi ensaiada no almoço por Ary e Kerolin, que geralmente lideram a “onda de danças” da seleção brasileira.
Ary Borges joga no Racing Louisville, nos Estados Unidos;
Ela começou a carreira no Centro Olímpico, de São Paulo;
Já jogou no Sport-PE, onde venceu o Campeonato Pernambucano, e no São Paulo, onde conquistou o Brasileiro A2;
Foi contratada pelo Palmeiras em 2020 e ficou lá até o final de 2022
Depois, aos 38 minutos, o segundo saiu em uma jogada parecida. Tamires chegou na linha de fundo e cruzou. Ary Borges testou e a goleira Bailey espalmou, mas a própria Ary aproveitou o rebote para encaminhar a vitória brasileira.
No terceiro gol, após linda jogada, Ary Borges ajeitou para trás, mesmo com chances de finalizar, para Bia Zaneratto bater no alto.
COMO ARY BORGES COMEÇOU A CARREIRA
Estreante em um mundial, a jogadora de 23 anos ganhou destaque no Palmeiras e atualmente defende o Racing Louisville, dos Estados Unidos.
Criada no meio da família, com primos homens e com um tio apaixonado pelo esporte, ela teve total apoio da família. Natural de São Luís, no Maranhão, ela se mudou para São Paulo aos 10 anos.
Criada pela avó, só conheceu os pais quando chegou na capital paulista. Os pais mudaram para a cidade para tentar uma vida melhor: “Ela (a avó) tinha sofrido um acidente doméstico e eu podia cuidar dela, mas meus pais queriam que eu fosse pra São Paulo. Sai da minha zona de conforto para ir para uma cidade muito maior. Foi o maior desafio”, disse Ary ao GE.
Ary não conhecia os pais, mas o futebol funcionou coo elo de integração: “O futebol me ajudou muito, porque quando venho para São Paulo e conheço meu pai, ele começa a me conquistar me levando para o estádio. Começou a ter essa relação. Ele me fez gostar do esporte e o futebol me ajudou nessa relação com os meus pais e em ter algum elo”, disse em entrevista ao GE.