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O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, afirmou, nesta quarta-feira (19), que o governo federal vai dialogar com os aeroportos internacionais no Brasil para que as malas sejam fotografadas antes do embarque de voos para o exterior.
A intenção, relatou, é que o passageiro já receba no celular a fotografia da bagagem antes de embarcar. Em sua avaliação, a fotografia é um "passo simples" que pode aumentar a segurança das malas e o bem-estar de passageiros.
A declaração foi dada em audiência pública conjunta das comissões de Infraestrutura e de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado.
Segundo França, o assunto já foi discutido com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, uma vez que a pasta é responsável pela Polícia Federal (PF).
"Liguei para o Flávio Dino. Como é competência da PF essa parte da alfândega em diante, é a Receita e a PF, sugeri a ele, e ele concordou, vamos conversar com todos os aeroportos que têm voos para o exterior, que não são tantos, para que cada vez que a pessoa for embarcar uma mala, aquilo seja fotografado e remetido ao celular da própria pessoa que está embarcando, ao mesmo tempo."
A possibilidade se tornou alvo de avaliação após a prisão injusta de duas brasileiras, por 38 dias, na Alemanha, por suspeita de tráfico de drogas. Elas tiveram as malas trocadas por bagagens com drogas no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, o principal aeroporto internacional do país. As bagagens com cocaína estavam etiquetadas com os nomes delas, mas não eram as malas que haviam despachado.
A base para a liberação das brasileiras foram as imagens que mostram as bagagens sendo trocadas em Guarulhos. Segundo a Polícia Federal, um dia antes do embarque do casal de brasileiras, outra goiana teve a etiqueta da mala trocada por bagagem com drogas ao viajar para Paris, na França, mas não foi presa.
Segundo o ministro Márcio França, uma fotografia das bagagens antes do despacho "daria a essas moças a chance de chegar lá e falar ‘olha, essa mala não é a minha’".
Ele disse ainda que a quadrilha envolvida na troca de bagagens é suspeita de participar do desaparecimento de um "cachorrinho". Ele não detalhou qual caso seria.