O aumento de R$ 0,09 no litro da gasolina nas refinarias, anunciado na quarta-feira (11) pela Petrobras, deverá representar, em média, algo entre 1% e 1,5% no preço final, registrado na bomba do posto de combustíveis. A expectativa é do economista André Braz, analista de inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre). Como não há aumento no preço do diesel, desta vez, o impacto não deve ser tão pesado na economia.
Segundo Braz, o aumento na bomba é inferior ao anunciado pela Petrobras devido à composição da gasolina C. O aumento já começa a valer nesta quinta-feira (12), e o reajuste final depende dos valores praticados por distribuidores e postos.
“Essa gasolina que consumimos nos postos não é pura, ela é produto de uma mistura com álcool anidro. Por isso, o consumidor percebe um aumento de cerca de um terço em relação ao anunciado nas refinarias”, aponta o economista.
Segundo o FGV/Ibre, a gasolina soma um aumento de 27% nos últimos 12 meses. Com o novo reajuste, a expectativa é que chegue aos 30%. Nesta quinta-feira (12), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que o setor de serviços cresceu 1,7% em junho, o patamar mais elevado nos últimos cinco anos. De acordo com Braz, o setor não deve sofrer impacto relevante pelo aumento do preço da gasolina.
“O que mais afeta a economia é o diesel, e não houve aumento no preço dele. A gasolina é um produtor de consumo quase restrito às famílias. O diesel, não. Ele é usado pelos caminhões, afeta o frete dos produtos e distribui os aumentos por vários setores, não apenas pelo transporte. Com esse novo aumento da gasolina, ela deve representar 0,05 ponto percentual na inflação do mês. Deve ser apenas mais um ponto de pressão”, conclui Braz.