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Com um aumento estimado de 15,4% na produção da safra 2021/2022 em comparação com a safra 2020/2021, a Região Norte contribuiu para que o Brasil possa alcançar neste ano um número recorde na produção de grãos.
Dados do 11º Levantamento da Safra de Grãos, produzido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e divulgado neste mês de agosto, projetam uma produção recorde de 271,4 milhões de toneladas de grãos no Brasil para esta safra, um volume 6,2% maior do que o colhido em 2020/2021. Isso significa 15,9 milhões de toneladas a mais, já que a safra anterior colheu 255,5 milhões de toneladas de grãos.
Somados os sete estados da Região Norte – Roraima, Rondônia, Acre, Amazonas, Amapá, Pará e Tocantins – a produção estimada para esta safra é de 14,127 milhões de toneladas. Na safra 2020/2021 foram 12,245 milhões de toneladas.
Em toda Região Norte, a área destinada ao cultivo de grãos passou de 3,644 milhões de hectares para 4,080 milhões de hectares, um aumento de 12%. A produtividade média também aumentou se comparada à safra anterior e passou de 3.360 quilos por hectare em 2020/2021 para 3.463 quilos por hectare em 2021/2022.
No Tocantins, maior estado produtor da Região o volume de grãos colhido deve chegar a 6,451 milhões de toneladas nesta safra, sendo 16,7% superior às 5,529 milhões de toneladas obtidas em 2020/2021.
O estado é seguido pelo Pará, com 3,867 milhões de toneladas (+ 9,3%); por Rondônia, com 3,121 milhões de toneladas (+ 20,1%); por Roraima, com 467,8 mil toneladas (+ 19,2%); pelo Acre, com 150,2 mil toneladas (+ 28,6%); e pelo Amapá, com 20,4 mil toneladas (+ 29,9%). Apenas o Amazonas, devido às condições climáticas desfavoráveis, registrou queda de 12,5% na produção, que nesta safra deverá chegar a 47,8 mil toneladas.
Demais regiões
O 11º Levantamento da Safra de Grãos da Conab mostrou também que a produção da safra 2021/2022 teve um ganho considerável em quatro das cinco regiões brasileiras. O maior salto foi observado no Nordeste, onde o volume deve ser de 27,540 milhões de toneladas de grãos, uma variação de 16,2% a mais do que na safra anterior.
O percentual no Nordeste é praticamente o mesmo da Região Centro-Oeste, que saltou de 117,371 milhões de toneladas na safra 2020/2021 para 136,194 milhões na safra 2021/2022, um aumento de 16%.
A Região Norte, com um aumento estimado de 15,4% em comparação com a safra 2020/2021, também contribuiu para que o Brasil pudesse alcançar neste ano um número recorde na produção de grãos e deverá colher 14,127 milhões de toneladas nesta safra.
A Região Sudeste foi outra que obteve ganho expressivo. A produção registrou aumento de 12,7%, saltando de 24,091 milhões de toneladas em 2020/2021 para 27,149 milhões de toneladas em 2021/2022.
O recorde de produção de grãos da safra 2021/2022 no Brasil teria sido ainda maior se não fossem as variações climáticas. Em novembro do ano passado, quando as áreas das culturas de primeira safra já estavam definidas e as condições do clima vinham ocorrendo dentro dos padrões ideais, previa-se uma produção total de grãos de 291,1 milhões de toneladas, o que corresponderia a um crescimento de 13,9% em relação à safra anterior.
Milho é destaque com expressivo aumento na produção
O milho ocupa papel de protagonista no cenário nacional, com produção estimada de 114,7 milhões de toneladas para essa temporada, sendo 31,7% superior ao produzido em 2020/2021. A primeira safra de 2021/2022 está com a colheita sendo finalizada, já o milho de segundo ciclo está em fase de colheita e o de terceira ciclo teve o plantio finalizado em julho.
O clima seco e quente registrado em julho favoreceu o avanço da colheita da segunda safra de milho 2021/2022 na maioria das regiões produtoras, passando de 70% da área semeada, que alcançou 16,37 milhões de hectares. A área semeada é 9,2% superior ao da safra 2020/2021 e é a maior área já registrada para o cultivo do cereal no período.
Com mais de 90% da área já colhida e com a melhor média de produtividade do país, alcançando o rendimento de 6.338 quilos por hectare, Mato Grosso é o estado mais adiantado nos trabalhos relativos à colheita do milho na segunda safra. A produtividade média nacional esperada para esta safra é de 5.339 quilos por hectare, 31,8% superior à da safra de 2020/2021.
Outros grãos
A principal colheita de grãos no Brasil vem da soja, com uma produção estimada de 124 milhões de toneladas. A colheita já está concluída, e apesar do enorme volume, houve uma redução de 10,2% na produção, resultado de uma severa estiagem observada no Sul do País no final de 2021 e início de 2022.
Além do milho, o algodão e o feijão tiveram aumento na produção levando-se em conta a safra 2020/2021. Para a pluma, a produção estimada é de 2,74 milhões de toneladas, 16% superior à safra passada. A finalização da colheita está prevista para setembro.
O feijão tem produção total estimada de 3,05 milhões de toneladas, 5,3% superior à safra anterior. Desse volume, 1 .813 mil toneladas são de feijão-comum cores, 576,4 mil toneladas de feijão-comum preto e 656,9 mil toneladas de feijão-caupi.
O primeiro e segundo ciclos de feijão cultivados nessa safra já estão com a colheita concluída. Já o cultivo de terceiro ciclo está iniciando a colheita.
Para o arroz, a produção está estimada em 10,8 milhões de toneladas e a colheita já está concluída.
As graníferas de inverno, como aveia, canola, cevada, centeio, trigo e triticale (cereal híbrido resultante do cruzamento entre o trigo duro e o centeio) estão em campo, apontando, até o momento, produção recorde, podendo chegar a um pouco mais de 11 milhões de toneladas. Operações de colheita já começaram, principalmente para o trigo no Centro-Oeste.
Outros produtos, como amendoim, gergelim, girassol e mamona, também tiveram aumentos expressivos quando comparados à 2020/2021. O gergelim saltou de 56,7 mil toneladas para 98,1 mil toneladas em 2021/2022, um aumento de 73%. A mamona passou de 27,4 mil toneladas para 43,7 mil toneladas (variação positiva de 59,5%) e o amendoim total saltou de 596,9 mil toneladas para 746,7 mil toneladas (25,1% a mais). Já para o girassol, a produção na safra passada foi de 36,2 mil toneladas e subiu para 40,8 mil toneladas (12,7% a mais) nesta safra.